16/10/2010

Ténue luz

Daqui ainda consigo vislumbrar um último raio de sol. Ténue, ilumina os teus olhos. Não consegues ver para além do imenso horizonte, que não te preenche o vazio. Não te satisfaz, não te conforta. Não te consegues sentir real… não consegues amar… não tens força, não tens voz. Saí para uma volta. Continuo a ver o sol a iluminar-te os olhos. Anoitece, mas o teu olhar é cada vez mais forte. É nas trevas que tu tens esse poder que tanto desejas. Porque não consegues ver nada, não consegues acreditar, não queres ouvir. E para mim, nada disto faz sentido. Eu preciso de claridade. Preciso de ti. Preciso que me olhes, com esses olhos cor de mel, diz-me que amas o sol. Diz-me que amas a poesia. Diz-me que amas os rouxinóis. Só aí te levarei a vida que tanto buscas. Primeiro tens de acreditar. Só depois me podes tocar. Nem tudo é o que aparenta ser. Não podemos crer só naquilo que os nossos olhos vêem. Temos que olhar muito mais fundo. Olha e verás. Verás que a noite não te ampara.