14/04/2010

A Viagem da Lágrima

Nasceu da saudade,
Numa noite calma mas fria;
Queria viver! Era essa a sua vontade…
Solenemente, a lágrima já prosseguia.

Devagar, de mansinho,
Ansiava alcançar o mar.
As rugas acariciavam-lhe o caminho,
Timidamente, a lágrima contemplava o luar.

Por cada poro que visitava,
Uma nova história conhecia:
A angústia de uma mulher abandonada;
O herói aventureiro e a sua derradeira profecia.

Junto aos lábios a lágrima parou
Reviveu a sua vida, recordou a sua passagem.
Suspirando, a lágrima constatou:
Nenhuma vida é mais do que uma viagem.

5 comentários:

Ribeiro Pedreira disse...

Imagens perfeitas de um percurso inalterável.

Nilmar Barcelos disse...

"Eu sou a viagem do outro"

CamilaSB disse...

a viagem da lágrima revela os segredos da alma...poema nostálgico de grande beleza!

O Neto do Herculano disse...

A lágrima
costuma seguir
um caminho
tortuoso.

Actia disse...

este poema está muito bonito =D